Este é um dos temas mais deliciosos da existência feminina: as Deusas que moram em nós.
Sim, aquelas que podemos trazer com sensibilidade — não como mitos distantes ou personagens idealizadas, mas como forças vivas, arquétipos pulsando na alma da mulher real, aquela que vive, sente, erra, ama, se parte, se refaz.
Então senta aqui, pega sua taça (de vinho, de chá, de lágrima, o que tiver), porque eu vou te contar uma coisa:
Você não é uma só.
Você é muitas.
E tá tudo bem.
Sabe quando num dia você está toda acolhedora, desejando cuidar do mundo inteiro… e no outro, tudo o que você quer é sumir com um livro na floresta e não falar com ninguém?
Então.
Bem-vinda ao seu panteão interno.
As Deusas — ou arquétipos — não são personagens lá fora.
São pedaços de nós.
Aspectos da psique que se alternam no palco da vida, pedindo vez. Cada uma com sua luz… e sua sombra.
Deméter – A Mãe Nutridora
Aquela que vive pra amar e cuidar. Faz café pro outro e esquece de tomar o próprio.
Na Luz: generosidade, acolhimento, presença calorosa.
Na Sombra: se anula, se exaure, se perde no outro.
No dia a dia: Deméter te ajuda a nutrir relações, mas também precisa que você lembre de nutrir a si mesma.
Afrodite – A Sensual, a Criativa
Ela quer prazer, beleza, conexão profunda. É o fogo que cria, encanta, vive com tesão.
Na Luz: magnetismo, criação, autenticidade.
Na Sombra: manipulação, dependência da validação externa.
Afrodite te lembra que o corpo é templo e que a vida pode (e deve) ser saboreada.
Mas também pede: não esqueça que seu brilho começa dentro.
Artemis – A Independente, Selvagem
Ela corre sozinha, livre. Não aceita migalha. Fala o que pensa e protege o que ama com garra.
Na Luz: foco, autonomia, intuição afiada.
Na Sombra: isolamento, rigidez, frieza emocional.
Artemis te ajuda a dizer não. A lembrar que sua liberdade vale ouro.
Mas também te convida a baixar a guarda às vezes e deixar-se tocar.
Hera – A Soberana, a Comprometida
Ela é toda “realeza interior”. Quer estrutura, quer honrar o compromisso com o que é importante.
Na Luz: maturidade, visão, firmeza.
Na Sombra: controle excessivo, ciúmes, apego.
Hera te ensina a honrar suas alianças, inclusive consigo mesma.
Mas lembra: o poder verdadeiro não precisa controlar nada.
Perséfone – A Alquimista, a Intuitiva
Ela dança entre mundos. Tem um pé no visível e outro no invisível.
Vê o que ninguém vê. Sente o que ninguém diz.
Na Luz: sensibilidade, empatia, conexão profunda com o invisível.
Na Sombra: fuga da realidade, passividade, dificuldade de se posicionar.
Perséfone é sua guia no escuro. Aquela que te ensina que crescer também é atravessar invernos.
E voltar transformada.
E aí, qual delas está te guiando hoje?
Não é pra escolher uma.
É pra ouvir todas.
Elas não competem — se completam.
Às vezes, você vai precisar da coragem de Ártemis pra sair de uma relação que te apaga.
Noutra fase, vai ser Afrodite que vai te chamar pra dançar sozinha no espelho e lembrar: “Você é linda, mulher.”
Essas Deusas não estão em templos distantes.
Elas estão no seu cotidiano.
Na forma como você prepara seu café, responde uma mensagem, diz sim ou diz não.
Elas são partes de você esperando espaço pra florescer.
E o mais lindo?
Quando você conhece essas forças… você para de se julgar por ser muitas.
E começa a se amar por inteiro.