O sopro das pedras...

As pedras falam. Não com palavras (seria meio estranho ouvir uma ametista batendo papo no metrô), mas com pulsares sutis. Cada cristal é um coração antigo, batendo devagar, emitindo canções que só o silêncio profundo consegue ouvir.

Quando uma pedra aparece no seu caminho, dificilmente é por acaso. É a Terra dando um sinal discreto, como quem diz:
“Ei, encontrei esse presente na minha bolsa de milhões de anos… acho que é seu.”

Segurar um cristal é como segurar um pedaço de eternidade. É perceber que o tempo da Terra é outro — mais paciente, mais lento — e se lembrar, no fundo, que a pressa quase nunca nos leva onde o coração gostaria.

A ametista sussurra: “Respira fundo, deixa ir o excesso. Eu sou tua pausa em formato mineral.”
A turmalina negra fala como rocha firme: “Fica tranquila, eu seguro tua energia. Vai viver leve.”
O quartzo rosa sorri delicado: “Ama. Porque, convenhamos, nada floresce no desamor.”

Cuidar de um cristal é também cuidar de si. Purificar, recarregar, colocar na luz do sol ou da lua — são pequenos lembretes de que nós também precisamos desses respiros. Até porque ninguém vibra bem de estômago vazio ou de alma cansada.

Os cristais não fazem mágica sozinhos. Eles apenas lembram que a mágica já está dentro de nós — meio tímida às vezes, mas sempre pronta para brilhar.

E quando a gente desperta essa vibração, é quase possível ouvir a Terra sorrindo baixinho:
“Sabia que você ia se lembrar…”